terça-feira, 17 de maio de 2011


um milésimo de segundo deslocou o meu coração do devido lugar. agora sinto uma dor que se intensifica quando o meu olhar cruza a teu. o mundo que suportava às costas desabou sobre todas as lágrimas que guardava para mim, e que pensava já secas. o fogo que queimava todas as recordações que guardava de ti apagou-se, e juntou-se-lhe mais uma. as lágrimas sufocavam-me cada vez mais como se fossem os dedos entrelaçados de duas mãos em torno do meu pescoço. nesse momento nem me importava que a falta de ar fosse fatal, poria fim a todo o meu sofrimento, mas contra a minha vontade os noz começavam a desfazer-se deixando o choro num simples soluço. depois? depois recupero o meu sorriso sem vida que já não sei esboçar, e deixo o fogo incendiar por mais um momento, as recordações que tento esquecer para mais tarde se lhe juntar mais uma quando as nossas almas se cruzarem por mais um segundo. um segundo? já não tenho tanta certeza, pois para mim parece o reviver de toda a minha vida desde que vi pela primeira vez esse verde profundo dos teus olhos. mas são recordações às quais não me posso prender, não agora. pretendo por um ponto final em toda a nossa história, por mais curta que fora, mas que me provocou uma longa angústia. a mágoa que proporcionas-te ao meu coração, deixou nele um vazio que me incapacita de ter uma nova oportunidade de me entregar ao amor, pois não só levas-te a chave que lhe pertence como o arrancas-te sem piedade e o levas-te contigo para o covil que é o teu coração. achavas que te ía elevar o ego, ou foi só uma manobra de diversão temporária? pois agora acabou, e estou aqui para recuperar o que me pertence por direito, e pretendo eliminar para sempre a tua memória da minha mente e do meu coração que me devolverás à força toda. pois estou cansada, estou cansada de só te ter a ti no pensamento, estou cansada que o meu coração te pertença e que não saibas fazer o que quer que for por ele. por isso, te peço, que mo entregues de volta, despedaçado e mal tratado, para que ainda possa curá-lo e encontrar-lhe um novo dono, que saiba dar-lhe o devido valor. trancar-te-ei para sempre no vazio do meu coração, juntamente com a chave que nunca poderás usar.

by: teresa coelho

Sem comentários:

Enviar um comentário

Número total de visualizações de páginas